Ucrânia convoca reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU após ataque russo mortífero
Kiev apelou à convocação de uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para terça-feira, após o violento ataque com mísseis por parte da Rússia, na semana passada, à cidade de Kryvyi Rih, que matou 20 civis, incluindo nove crianças.
“Ambas as reuniões serão realizadas amanhã [terça-feira] e ajudarão a promover os esforços de paz e a responsabilização [da Rússia]”, acrescentou, afirmando que “uma resposta internacional robusta às atrocidades russas é fundamental”.
Russia’s ballistic strike on Kryvyi Rih last week killed nine children, the largest number of Ukrainian kids killed in a single attack since 2022.
— Andrii Sybiha 🇺🇦 (@andrii_sybiha) April 7, 2025
Russia targeted playgrounds in an ordinary residential area. With a cluster warhead to maximize casualties.
Ukraine has initiated…
“Tal terror nunca deve ser normalizado. Apelamos tanto a uma forte condenação como a uma ação firme", apelou Sybiha. “A Rússia deve cessar o seu terror contra as crianças e os civis ucranianos, responder à proposta de cessar-fogo total dos EUA, que a Ucrânia aceitou, e pôr fim à guerra”, asseverou.
As reuniões são convocadas na sequência do violento ataque russo à cidade de Kryvyi Rih, na sexta-feira passada, que matou 20 civis. O ataque à cidade natal de Volodymyr Zelensky atingiu um parque infantil, tendo provocado a morte de nove crianças, “o maior número de crianças ucranianas mortas num único ataque desde 2022”, segundo Sybiha.
A Rússia alega que tinha como alvo uma reunião de militares ucranianos, mas Kiev rejeita tais afirmações.
"A vingança será inevitável, porque este é um crime sem prazo de prescrição", escreveu Oleksandr Vilkul, presidente da Câmara de Kryvyi Rih, nas redes sociais.
"O uso de uma arma explosiva com efeitos numa grande área pela Federação Russa numa área densamente povoada — e sem qualquer presença militar aparente — demonstra um desrespeito imprudente pela vida civil", disse o alto comissário da ONU para os direitos humanos, VolkerTürk, num comunicado no domingo.
"Mesmo que as autoridades russas tivessem informações de que poderiam estar presentes militares, o modo e as circunstâncias do ataque podem constituir um ataque indiscriminado", afirmou.
Moscovo quer resolver “questões” antes de qualquer acordo
A Rússia mantém-se reticente relativamente à assinatura de um acordo de um cessar-fogo na Ucrânia. Esta segunda-feira, o Kremlin afirmou que muitas questões precisam ainda de ser resolvidas antes de se assinar um acordo abrangente de cessar-fogo.
“Vladimir Putin apoia a ideia da necessidade de um cessar-fogo, mas antes disso, toda uma série de questões permanecem sem resposta", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Segundo Peskov, estas questões incluem "a incapacidade do regime de Kiev para controlar vários grupos extremistas" e "planos para uma maior militarização" da Ucrânia.
O governo norte-americano tem mantido conversações indiretas com as autoridades russas e ucranianas na Arábia Saudita, mas Donald Trump ainda não conseguiu pôr fim às hostilidades.
Em meados de março, Kiev aceitou uma proposta norte-americana de uma cessação incondicional dos combates durante 30 dias. No entanto, Moscovo rejeitou a iniciativa tal como estava, mas aceitou uma trégua mais limitada no Mar Negro e uma cessação dos ataques às infraestruturas energéticas, cuja implementação permanece incerta, com Kiev e Moscovo a trocarem acusações da violação do acordo.
Enquanto isso, a Ucrânia tem denunciado um aumento dos ataques russos. Nas últimas horas, Kiev sofreu um dos ataques mais violentos das últimas semanas. A capital ucraniana foi sacudida por mísseis balísticos e dezenas de drones e os bombeiros procuram vítimas nos escombros.
Na noite de domingo, Donald Trump condenou os ataques russos. "Estamos a falar com a Rússia. Gostava que ele [Vladimir Putin] parasse. Não gosto dos bombardeamentos. E os bombardeamentos continuam e continuam", comentou.
O presidente norte-americano já tinha manifestado a sua frustração com o ritmo lento das negociações e com a atitude de Putin, afirmando estar "muito zangado, furioso" com o seu homólogo russo depois de este ter colocado sobre a mesa a ideia de uma "administração de transição" na Ucrânia, envolvendo a saída de Volodymyr Zelensky do poder.
c/agências